(AUTOMOBILISMO): Gênio brasileiro que não teve tempo de ser campeão, Pace morreu há 40 anos

O Brasil teve três pilotos campeões mundiais na Fórmula 1, mas quem virou nome do autódromo mais famoso do Brasil não foi nem Emerson Fittipaldi, Nelson Piquet ou Ayrton Senna. José Carlos Pace pode não ter conquistado nenhum título na categoria máxima do automobilismo, mas a homenagem recebida em Interlagos é uma espécie de compensação em respeito a quem, há exatos 40 anos, perdeu a vida sem ter tido tempo de transformar seu potencial em vitórias.

O piloto, que era conhecido pelo apelido de Moco, começou no kart e marcou época correndo em categorias de endurance no Brasil, como nos 500km de Interlagos e a 3 Horas do Rio de Janeiro na década de 1960, tendo bons resultados com carros bastante diferentes entre si.

A chance de ir para a Europa surgiu com o caminho aberto por Emerson Fittipaldi em 1969. No ano seguinte, foi a vez de Pace ir tentar a sorte na Inglaterra, chamando a atenção na F-3 do país logo de cara e recebendo o convite de Frank Williams para correr na F-2.

Apesar dos resultados na F-2 não terem sido brilhantes, o inglês gostou tanto do brasileiro que o chamou para correr com uma March na F-1 em 1972. E, logo em sua segunda corrida, Moco pontuou.

No ano seguinte, o piloto foi para a novata Surtees e conquistou o primeiro pódio da carreira, quando foi terceiro no GP da Áustria. Paralelamente a isso, Pace voltou a correr no Endurance e se tornou o primeiro brasileiro a ir ao pódio nas 24 Horas de Le Mans.

Em 1974, Pace se juntou a Bernie Ecclestone para correr na Brabham. O time estava em ascensão, ajudado pela criatividade do projetista Gordon Murray, que faria parceria de sucesso com Nelson Piquet na década seguinte. Foram no time de Bernie os melhores anos de Pace, culminando com a vitória no GP do Brasil de 1975, em prova que ficou marcada como a primeira dobradinha brasileira na história da categoria, com o segundo lugar de Emerson Fittipaldi.


O crescimento na carreira foi freado por uma troca de motor na Brabham, à qual o time custou a se acostumar. Porém, a temporada de 1977 começara de forma promissora para o Moco, com um pódio no GP da Argentina. No entanto, a trajetória do brasileiro se encerrou em um acidente com um monomotor sob forte tempestade na Serra da Cantareira, em São Paulo, dia 18 de março de 1977. O piloto tinha 32 anos.

Em 1985, 10 anos após sua única vitória na F-1, o circuito de Interlagos foi rebatizado com o nome de José Carlos Pace e um busto seu foi colocado na entrada principal.

Fonte: http://esporte.uol.com.br/f1/ultimas-noticias/2017/03/18/genio-brasileiro-que-nao-teve-tempo-de-ser-campeao-pace-morreu-ha-40-anos.htm

Grande Pace!!!!

Eu vi ele correr em Interlagos numa prova da Ford quando do lançamento do Maverick 4 cilindros. Chamaram alguns pilotos da F1 e a elite do automobilismo nacional e argentino. Os carros foram sorteados antes da largada.Ele saiu nas ultimas filas e em poucas voltas ficou em primeiro e ganhou a corrida. Não era um estrategista comercialmente falando, acho que não tinha muito jeito para arrumar patrocínios, mas era extremamente veloz, acredito que mais rápido que o Emerson. Em 1973 com um Surtees que era um carro horrível fez a pole no GP na Alemanha. Provavelmente se não tivesse morrido, teria sido campeão mundial.

Assisti diversas provas no Brasil com sua participação. Era de uma geração de pilotos muito fortes.
Emerson, Pace, Wilsinho, Luis Pereira Bueno, Jan Balder, Marivaldo Fernandes (morreu junto com Pace), Camilo Cristofaro, e tantos outros. O melhor deles todos para mim era o Peroba, o Luizinho Pereira Bueno.
Auge da Equipe Willys e Equipe Dacon com seus Karmann Guia Porsche (quebravam sempre!).
O Pace era mesmo um piloto muito rápido, mas também se comportava bem em provas de longa duração.
No GP de interlagos de 1975, que ele ganhou em dobradinha com Emerson, eu trabalhei como bandeirinha na curva 3, e o conheci pessoalmente nos boxes. Era um pouco "aspero" no trato com os fãs.
Essa prova de 1975 tinha como líder uma uop shadow, com Jean Pierre Jarier, que já havia vencido na Argentina na prova anterior. Tinha o retão de interlagos de vantagem sobre o resto do pelotão até que quebrou....O companheiro de Pace na Brabhan era o argentino Carlos Reutmann, que largou na frente dele.

Morreu muito cedo.

Um detalhe, esse pessoal corria no antigo autódromo de Interlagos, o circuito longo, que era muito mais seletivo e difícil que o atual. Infelizmente a Erundina destruiu o autódromo original, deixando na pratica a parte mais fácil do circuito. 

Esse video é de uma reportagem sobre a morte do Pace. Nele o Luiz Antonio Grecco que era chefe da equipe( reconhecido como o melhor que o Brasil já teve) na época que o Epicco comentou, compara Pace a Senna e Jim Clark.

Muito legal estas lembranças João e Epicco

Bacana recordar....