(X470): Avaliação X250d Power 2017 - Revista AutoEsporte
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(X470): Avaliação X250d Power 2017 - Revista AutoEsporte
A Mercedes-benz não quer revolucionar o segmento de picapes. Quer apenas trazer aqueles diferenciais que só a marca alemã de luxo poderia e, assim, quem sabe, tirar alguns clientes de Toyota, Ford e Volkswagen da cabine de suas picapes e a colocá-los bordo da nova Classe X.
Não é pouca coisa, já que é a primeira vez que a empresa faz uma picape de verdade (um modelo feito na Argentina nos anos 70 era pouco mais que uma curiosidade) e seu lançamento acontece meses após a estreia de uma nova competidora feita sobre a mesma plataforma: a Renault Alaskan (a Nissan Frontier também é feita sobre o mesmo chassis). No Brasil, ela só começa a ser vendida no primeiro trimestre de 2019. A aposta é de que o segmento vá crescer significativamente pelos próximos anos, criando espaço para todos. Até mesmo para uma picape de luxo. Mas o que é uma picape de luxo, afinal? Provavelmente nada disso que está na sua cabeça ao pensar em um modelo Mercedes.
"A Classe X não é uma versão picape de um SUV" é o que os engenheiros mais repetiram durante o lançamento do modelo no Chile. "As pessoas não podem entrar nela esperando encontrar o mesmo interior do GLE", afirma Jefferson Ferrarez, diretor de vendas e marketing da área de comerciais para a empresa no Brasil. Esse posicionamento é muito importante. É aquela descrição que você tem que ter na sua cabeça antes de sequer ver a Classe X ao vivo. Como a sinopse de um filme. Isso porque, em comparação aos automóveis da alemã, a picape tem acabamento bem simples. O suficiente para nem mesmo parecer uma Mercedes.
Visual e acabamentoO exterior é pouco ousado e segue bem à risca as formas e proporções já estabelecidos no segmento. Mas ainda há espaço para inventividades, algumas mais bem sucedidas, outras menos. A dianteira elevada e com capô robusto dão personalidade forte. A lateral, com poucos elementos e sutis vincos e curvas, dão o aspecto de uma picape longa e ágil(o que ela de fato é). O porém fica para a traseira, com os conjuntos de luzes que não invadem nem a lateral, nem a tampa. Falta personalidade e o logo acaba ficando até discreto. Tudo bem, isso dá mais funcionalidade e menor custo para a troca de peças, mas é pragmático demais. Isso que o exterior nem é o ponto de maior espanto.
O interior tem muitas opções de acabamento, que vão do toque mais esportivo ao sofisticado, mas todas seguem a mesma regra. A parte superior dos paineis frontal e das portas sempre é revestida de materiais de imitam couro, com costura grossa à mostra. Todo o painel de instrumentos é centralizado por uma peça plástica de boa aparência que dá um aspecto leve e limpo ao desenho. As seis (!) saídas de ar dianteiras são discretas e a tela multimídia salta aos olhos, parecendo um tablet casualmente encaixado. Tudo isso, somente na parte superior do painel, enquanto abaixo, só há uma coisa: plástico. Muito plástico preto.
O impacto da imagem não é pouco. Poderia a Mercedes ter feito uma picape pobre? Não é bem assim. O material é de boa qualidade e parece capaz de aguentar muitas entradas e saídas de ocupantes usando botas cheias de barro. Os tapetes, apesar de simples, são espessos e de aparência durável. É uma estranha relação entre a Mercedes-benz carros e seus acabamentos de luxo e a Mercedes-Benz veículos comerciais e suas vans e caminhões para trabalho. A marca quer agradar o dono de picape que só vai andar na cidade, mas sem afastar o pessoal do agro que quer entrar na terra. O problema é que a mescla não ficou natural, e deixa a Classe X em um limbo estranho, pragmático e de onde é difícil de tirá-la. Até a hora de dirigí-la pra valer.
Ao volante
Pude andar por mais de 400 km ao volante da versão 250 d Power, modelo topo de linha que tem motor 2.3 litros a diesel de 190 cv de potência e 45,8 kgfm de torque. O conjunto mecânico também é composto por uma transmissão automática de sete marchas e é praticamente o mesmo oferecido na atual Nissan Frontier, embora a engenharia alemã tenha feito modificações para adequá-lo ao modo de ser da Classe X.
Em comparação ao modelo japonês, por exemplo, a picape Mercedes é mais larga, com 1,920 metro (contando os retrovisores). O eixo traseiro também foi totalmente refeito, que se tornou um multibraços parcialmente rígido, com molas, amortecedores a gás e estabilizador totalmente novos (tudo sem uso de extensões para alcançar a tal largura extra). Os freios dianteiros e traseiros são a disco, ao contrário da Frontier, que tem o sistema de trás a tambor.
Você pode achar que é pouca mudança ou achar que é o suficiente. O fato é que, na hora de dirigir, a picape ganha, finalmente, um pouco daquela personalidade Mercedes. Embora isso também não aconteça rápido. Embora a posição de dirigir seja elevada e confortável, o volante não traz ajuste de profundidade, apenas de altura, e a direção é bem pesada. O banco é composto de espuma firme revestida de couro, que permite uma posição ereta e natural de dirigir.
O que mais chama atenção é o conforto à bordo. A largura extra da cabine favorece o espaço para os ocupantes traseiros e o motorista, que ganha margem para o braço esquerdo na hora de manobras mais amplas. O revestimento de isolamento também é muito bom. Há pouquíssima invasão do som do motor na cabine, a ponto de nem mesmo parecer um motor a diesel. Água e poeira também não passam das borrachas da porta, deixando o interior muito bem preservado.
Conforto de SUVE largura também é responsável por dar uma belíssima estabilidade à Classe X. Espero que a Mercedes não ache ruim eu fazer a comparação, mas poucas vezes uma picape de verdade teve uma estabilidade tão próxima de um SUV. A suspensão mantém todas as rodas no chão muito bem, mesmo em terrenos acidentados, e nunca há a sensação de perda de controle, mesmo quando a caçamba vazia vai um pouco além nas curvas de alta velocidade. O modelo está sempre à mão e comunicativo, com sistemas de assistência que ainda podem fazer correções em casos emergenciais.
Um curto circuito off-road criado pela Mercedes para o lançamento também permitiu constatar um bom equilíbrio das funções 4x4 e reduzida com o auxílio das câmeras 360º e sensores. Nada determinante para colocar a picape em lugar de destaque como opção para fora de estrada, mas ainda assim um pacote interessante. Em duas unidades testadas, porém, o sensor de estacionamento traseiro sempre parecia um pouco demorado a identificar um obstáculo, o que pode ser ruim em ambiente urbano.
A Mercedes vai oferecer um monte de acessórios originais desenvolvidos pela própria marca. O cliente terá a opção de deixar a picape com cara mais urbana ou estradeira, sofisticada ou esportiva. O intuito é que o dono possa aproximar a Classe X mais ao seu gosto pessoal e, de certa forma, isso aponta qual é o principal problema da picpape: mesmo com as qualidades e diferenciais, ela não tem personalidade suficiente para você de fato saber o que ela é. E a maior parte das qualidades só serão sentidas por quem, de fato, dirigí-la. Mas antes disso, vem o trabalho difícil: convencer o consumidor de que uma picape da Mercedes não tem que parecer um carro Mercedes. E que ela pode ser uma boa opção pra quem já compra a Hilux. E, claro, o preço.
Embora a marca não tenha revelado o valor para o Brasil, é bem provável que ela vá ficar na casa dos R$ 300 mil. Por enquanto, saber se ela vale isso tem muito mais a ver com a personalidade do comprador do que com a picape propriamente”.
Fonte:
http://revistaautoesporte.globo.com/testes/noticia/2017/10/picape-mercedes-benz-classe-x-primeiras-impressoes.html
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