(PEÇAS NO EXTERIOR): Concessionárias Mercedes-Benz no exterior - política de vendas

Prezados Confrades

Em minhas (merecidas) férias, hospedei-me em um hotel em Frankfurt am Main que, "coincidentemente", como salientou minha noiva, ficava ao lado de um concessionário Mercedes-Benz. Em visita ao setor de peças, procurando por alguns "detalhes" para minhas estrelas, fui surpreendido com uma notícia - até certo ponto - desagradável.

Após informar o número das peças que pretendia cotar, questionou-me o atendente perguntando "onde encontrava-se o meu veículo?". Ao responder-lhe que o mesmo encontrava-se no Brasil, este me informou que políticas recentes da Mercedes-Benz proíbem a exportação de peças e acessórios e proíbem a venda de peças e acessórios para veículos que não estejam na mesma localidade do veículo. Portanto, estando na Alemanha, não poderia comprar peças para os meus MBs que se encontram no Brasil.

Restringiu-se apenas a dizer "que eu deveria procurar um concessionário autorizado em meu país", caso pretendesse adquiri-las.

Caso alguém tenha alguma notícia sobre o tema - o que acredito ser de interesse de todos - já que muitos possuímos veículos datados do período em que a importação era proibida e, portanto, não encontravam-se com facilidade peças de reposição, que informe.

Saudações cordiais

O fórum é publico. Assim como nós, concessionários também podem acessar aqui.

Os relatos de compra em concessionárias fora do país de origem ocorrem há tempo, nesse e em alguns outros fóruns de MB.

Achei que demoraram a tomar esta atitude...

Daniel,

Talvez eles possam fazer isso (legislação do país autorize). Já se fôsse no Brasil, pelo Código de Defesa do Consumidor, a prática seria ilegal, pois uma empresa não pode recusar a venda de um produto que tem em estoque.

Pelo que lembro, o confrade é advogado também, certo? Caso afirmativo; questionou o fundamento legal para essa política de vendas deles?

Abs,

Em Munique, estive em duas concessionárias. Uma não vendeu para mim. Em outra, pedi ao motorista do taxi que estava que entrasse comigo e explicasse a situação. Eles disseram que venderiam sem problemas, mas que as peças levariam 2 dias para chegar. Infelizmente eu não tinha tempo para esperar.

Alexandre,

O Alemão de Frankfurt não está muito preocupado com o código de defesa tupiniquim. Agora a proibição de entrada de peças como bagagem acompanhada é um problema real e essa legislação atinge os brasileiros

Daniel, algum tempo (não muito..) devido a muitos clientes descobrirem o caminho das pedras, para adquirir peças originais Mercedes Benz em outros paises e principalmente na Alemanha, em relação a paridade do valor das peças aqui no Brasil, muitos CCS começaram a reclamar junto a MBB, que solicitou a matriz através de um memorando, que alinhasse uma politica voltada a coibir este comércio, em resumo da ópera para "favorecer em todos sentidos", os CCS e credenciados da marca.

Infelizmente a politica da Mercedes Benz na casa dela a Alemanha, é não vender via balcão qualquer peça, que não seja de um veículo registrado naquele pais, e isso passou a valer para todos os mercados aonde a MB tem CCS oficiais.

De qualquer forma isso é apenas por lá, afora os EUA se você for na Mercedes Benz World na Inglaterra, Mercedes Benz Champs Elysses, compra qualquer peça que quiser no balcão, e querendo mais perto, temos CCS da MB no Paraguay, Uruguay e Argentina, que também lhe fornecem de pronto, caso tenha no estoque.

Não é a toa que as CCS da MB por aqui estão estagnadas em números, comparando com as oficinas especializadas independentes.

Abraços,

Não sei se é do conhecimento dos demais Confrades mas, dando uma pesquisada pelo site da MB na Alemanha, achei esta possibilidade de compra de peças usadas:

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Quanto a venda de peças para outros países, não consegui encontrar nada a respeito no site. Depois irei tentar pesquisar com mais tempo.

Estive recentemente (abril) em Paris e comprei na CSS sem mais delongas, apenas esperei 2 dias para ir buscar as peças. O vendedor nem sequer perguntou sobre o carro.
Agora, no caso do amigo na Alemanha, será que teria que apresentar documento comprovando o registro caso dissesse que o carro está na na própria Alemanha?
Será que vão adotar essa política de restrição no mundo todo só por causa de algumas reclamações do Brasil?

20 dias atrás, eu comprei peças na Flórida usando meu VIN. Onde o carro está ao meu ver é irrelevante para quem vende.
Até porque, posso comprar peças para nao colocar em carro nenhum, posso querer pendura-las na parede como objetos de decoração

João,

Entendo perfeitamente isso. Meu comentário foi no sentido de compararmos como países tão desenvolvidos economicamente (como a Alemanha), tem uma política de vendas (legislação do consumidor) tão atrasada, mesmo sendo nós um terceiro mundo.

Abs,

Todos desejam os bolsos dos clientes, e as politicas comerciais visam proteger os interesses locais.

O custo de peças Mercedes no Brasil não é só imposto, á fácil fazer esta conta, e eles CSS nunca conseguem explicar.

No meu caso tenho um colega em Portugal que compra para mim e envia por correio, muitas vezes não ocorre a taxação. Nos entanto as compras são realizadas na Alemanha, Inglaterra e em alguns países do leste europeu onde muitas são produzidas, ou peças do mesmo fabricante mas sem o logotipo da marca, como rolamentos e pivô por exemplo.

Peças usadas com bom preço são da Polônia, dizem que já conseguem tornar um módulo usado virgem de novo, nunca vi, e nunca comprei.

Peças na mala é um risco muito grande, já trouxe, era um módulo AUDI já com o VIN gravado, sem embalagem.


Abs.

Alexandre

Não se trata de uma legislação atrasada, muito pelo contrario, se trata de uma menor interferência do estado entre os negócios particulares. Você ser obrigado a vender alguma coisa a quem você não queira é uma interferência no seu negocio, mas essa discussão foge dos objetivos do forum.

A Mercedes Benz e outras fabricas, recomendam que não se forneçam peças para carros que sejam licenciados em outros países. Isso ocorre por causa das diferenças tributárias, ou seja, uma CSS dos EUA ou da Alemanha sofre uma carga tributaria muito menor que uma CSS brasileira. Se pudêssemos comprar livremente em qualquer pais, estaríamos prejudicando o CSS brasileiro.

Tudo isso na pratica é muito relativo, porque algumas CSS seguem essa recomendação e outras não, mesmo porque o "turista" está com o cartão de credito na mão pronto para ser descarregado e precisa existir muita disciplina para falar não. Nunca ouvi falar que na América latina essa regra tenha sido levada a serio.

Mas João, justamente como proteção ao comercio local é que existem as políticas de importação.... Digo, em tese o próprio governo brasileiro barraria a entrada destas peças ou as taxaria de forma a tornar a compra inviável, protegendo assim a ccs local e tornando dispensável esta política da MB.

Veja bem, eu disse em tese, ja que na pratica é impossível fiscalizar tudo e todos que entram no pais...

Enfim, como diria um amigo meu, isso é papo pra muita cerveja!

Abraço!

Nunca tive problema para comprar peças em qualquer lugar do mundo, sempre levo o xerox colorido dos DUTs....

Muita cerveja Wolf, porque com certeza se questiona no exterior a nossa capacidade de fiscalizar fronteiras, alem disso, bagagem acompanhada para uso próprio em tese não deveria ser tributada, logo valeria a pena trazer.
Agora a receita proíbe a entrada dessas peças como bagagem acompanhada, qual o objetivo proteger a industria nacional? Mas a industria nacional não produz todas as peças para carros importados....

Na minha opinião isso é uma pressão das CSSs do mundo inteiro contra as CSS americanas, pois produto europeu é mais barato de ser comprado nos EUA que na própria EUROPA.

Nao existe nenhuma lei que proiba um cidadao comprar pecas automotivas em CCS MB aqui na Alemanha. Caso isso aconteca, basta chamar a policia, pois isso eh um ato ilegal por parte da revenda.
Nao existe essa de diferenca de carga tributaria (claro que no Brasil eh bem maior), a diferenca mesmo eh no lucro das revendas do Brasil, que eh muito maior que daqui.
Ja tentaram me proibir de comprar pecas aqui, mas quando chamei a policia, o cidadao da matriz nao soube dizer o motivo da proibicao, sendo assim continuo comprando la e sou super bem atendido.
Agora entrar ai no Brasil, ja sao outros 500, a melhor maneira e despachar nos correios, ja que levar como bagagem eh proibido por lei no Brasil.

Então não é nem por força de lei. É para forçar o lucro mesmo das CCS do Brasil e outros países, rsrs.

Gratíssimo pelos esclarecimentos Chumbinho/Fernando.

Abs,

Não é a toa que uma "revisão simples" da W204 com troca de óleo e filtro custa somente uns R$ 1.000,00. Um litro de Mobil 1 custa cerca de R$ 30,00 a 40,00 e nesse caso vão 6L, então no máximo só de óleo custa cerca de R$ 240,00; um filtro de óleo original custa cerca de R$ 100,00; um alinhamento e balanceamento "caro" custa R$ 200,00. Valor total R$ 540,00. Os R$ 460,00 são de MDO?

Alexandre, vale lembrar que a Alemanha e os paises escandinavos sao os unicos que nao estao em crise financeira. Quando eu estava na Inglaterra no ano passado, teve um quebra pau interno entre duas revendas para disputar quem venderia pra mim, e nao compro nem 20.000 Euros de pecas MB por ano.
Por isso acho muito dificel algum confrade ter esse problema em paises como Portugal, Inglaterra, Franca, etc.
O grande pesadelo das revendas brasileiras, eh na verdade Miami, que como ja foi falado aqui, tudo la eh mais barato que na Europa, sem falar que tem muita gente que entrega mercadorias ai no Brasil por meios ilegais, como aeromocas (apenas um exemplo), nao pagando assim nenhum imposto sobre a mercadoria.
Por isso, acho ridiculo alguem vir passear aqui e uma revenda autorizada falar que nao vai vender pecas para o seu proprio carro, mas eh aquela velha situacao, os bons acabam pagando pelas sacanagens de alguns.

Então não é nem por força de lei. É para forçar o lucro mesmo das CCS do Brasil

Não sei se irão concordar e talvez os Confrades mais experientes possam dizer, mas isto lembra um pouco a malfadada reserva de mercado dos anos 80 no mercado de informática, que nos deu tanto progresso, não é mesmo?

Prezados Confrades.

Sinto-me honrado com a extensão da discussão acerca do tema que tanto nos interessa, bem como pela qualidade e conteúdo dos comentários tecidos. Parabenizo antecipadamente a todos.

Além de peças de reposição e pequenos mimos, tenho por hábito adquirir em minhas viagens livros jurídicos, principalmente que versem sobre contratos, minha área de atuação e especialidade.

Diretamente sobre o tema, mesmo que o nosso Código de Defesa do Consumidor tenha suas falhas, ele teve parte de sua origem na lei das Condições Gerais dos Negócios (AGB-Gesetz) que prevê inúmeros conceitos e princípios por nós aplicados e reiteradamente utilizados. Assim, conquanto a base do direito alemão seja diferente da nossa, os princípios que regem as relações contratuais são praticamente os mesmos.

Neste caso a CCS - por políticas aplicadas pela MB - apenas expressou a manifestação autônoma de sua vontade de não vender, pouco importando se eu tinha (ou não) dinheiro pra pagar. E nesta esteira (infelizmente) estão certos, já que ninguém pode ser compelido a realizar negócio jurídico contra sua vontade. Uma pena.

Quanto aos comentários tecidos pelo João, discordo no sentido de que o vendedor de peças demonstraria algum grau de preocupação com relação a questões alfandegárias do meu país de origem, até porque não seria de sua competência. Estava, naquela oportunidade, simplesmente seguindo ordens superiores de não promover a venda de qualquer item de reposição a um veículo que não encontrava-se naquele país.

Nessa relação de amor e ódio, consumidores de um mundo globalizado passarão a repensar a compra de um veículo da marca, o que não é nada interessante para uma empresa que encontra-se em permanente expansão.

Saludos!

Daniel

O que eu falei é que o vendedor alemão não esta preocupado com o nosso código, mas que o brasileiro, comprador, esse sim deveria tomar cuidado antes de comprar porque poderia perder a mercadoria. Obviamente que é impossível a qualquer vendedor de CSS saber a legislação de cada pais.

Sem dúvidas João... este tema "importação de peças" já foi inclusive por eu abordado em outro tópico (suas proibições e consequências legais) mas é um risco que todos acabamos por assumir.

Comprei peças várias vezes na ccs de Cayena na Guiana francesa,GUIANE AUTO CENTER,preços bons,grande estoque e nunca houve nenhuma restrição para a venda.

Estive em Maio em NY e comprei algumas peças direto no balcão o gerente de peças até me deu um cartão para que eu pudesse pedir peças com antecipação na próxima viagem !