(AJUDA GERAL): Gasolina Pódium®/Aditivada/Comum - dúvidas gerais - qual usar

1º pau com 7.000km..



Publicado em 19/01/2013

O vídeo demonstra um defeito cronico dos motores VW TSI, o que equipa o novo Fusca, Jetta TSI, Passat TSI, Tiguan TSI.

Os motores não suportam a gasolina do brasil, a qual tem alto teor de Álcool adicionado a mesma, o que resulta bicos injetores travados abertos ou ate mesmo defeitos na bomba de gasolina.

Vários motores TSI estão passando pela mesma situação, e para ajudar a divulgar o vídeo e alertar possíveis futuros compradores.

O Dono alega ser Gasolina aditivada.

Eu já comentei sobre isso aqui no fórum. Vou acabar repetindo alguns conceitos... Nos motores de injeção direta, os bicos injetam o combustível diretamente na câmara de combustão:



Dessa forma, as válvulas de admissão não tem contato com o combustível. Qual o problema disso? A carbonização excessiva das válvulas de admissão quando nào se faz uso do combustível adequado e/ou de óleo correto. Ao usar uma gasolina com alto teor de enxofre (gasolina comum, aditivada ou premium), teremos uma formação excessiva de residuos na queima, como pode-se notar, por exemplo, na ponteira de escapamento dos carros com o motor 2.0 TSI que não usam Pódium.

Ponteira de escapamento de um Jetta TSI que não usa Pódium:


Ponteira de escapamento de um Jetta TSI que sempre usou Pódium:


Qual a correlação disso com os depósitos nas valvulas de admissão se elas não tem contato com gasolina? A causa da carbonização se deve aos restos de fumaça do EGR e aos vapores de óleo do sistema PCV. Motores de injeção direta produzem uma quantidade muita grande de óxidos de nitrogenio, sendo que isso foi bastante amenizado com o sistema de recirculação dos gases de escapamento (EGR). Se utilizamos uma gasolina com alto teor de enxofre, teremos uma produção grande de residuos na mistura, que devido ao EGR voltarão para o coletor de admissão, se depositando nas válvulas de admissão. Como não passa gasolina pelo coletor de admissão, tais válvulas não são "lavadas" e os resíduos começam a se acumular com uma intensidade muito maior do que nas valvulas de escape, que por trabalharem com uma temperatura mais alta literalmente queimam tais residuos. O sistema PCV (ventilação positiva do cárter) é utilizado para remover gases que escapam da câmara de combustão e que se acumulam no cárter, mandando-os de volta para o coletor de admissão. É necessário também para que os motores consigam atender aos niveis de emissões propostos. Usar um óleo com alto teor de enxofre (alto SAPS) tende a acelerar o processo de carbonização nas valvulas de admissão. É por isso, que os fabricantes recomendam para motores de injeção direta o uso de óleo lubrificante com baixo teor de enxofre (SAPS baixo). Para o Vw/Audi, devem atender ao protocolo 504.00. É preciso entender que usar uma gasolina com alta taxa de enxofre (comum, aditivada, premium) e/ou óleo com alto teor de enxofre trarão danos normalmente a longo prazo nesses motores. Normalmente começa depois de 60 mil km, com piora progressiva (imperceptivel no inicio) do desempenho e do consumo.

Seguem fotos do que se costuma encontrar:




Essa carbonização que ocorre nas valvulas de admissão ocorre com muito mais frequência nos países do continente americano devido a maior concentração de enxofre na gasolina. Na Europa, onde o teor de enxofre é baixo na gasolina, isso não costuma ocorrer. Querem exemplos? A revista alemã fez um teste de longa duração (100 mil km) com um Tiguan 2.0 TSI (EA888). Ao final do teste, constataram que o motor estava em ótimo estado, a ponto de considerarem como aquele de melhor estado nessa km em relaçào a todos os carros que já haviam sido testados. Com 100 mil km, estava andando mais e gastando o mesmo em relaçào ao teste nos primeiros km. Para os curiosos, segue o link: [Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar este link]

Aqui no Brasil, a 4 Rodas fez um teste de longa duração (60 mil km) com o Pug 3008 1.6T de injeção direta usando gasolina comum. Ao final do teste, o carro continuava funcionando perfeitamente e continuava tendo desempenho elogiavel. No entanto, ao fazer os testes de desempenho antes do desmonte, descobriram que o desempenho geral havia piorado (0-100 km/h piorou 1,1s). Ao desmontar o motor, constaram que as válvulas de admissão estavam bastante carbonizadas e que os pistões estavam tão carbonizados que logo começariam a riscar a camisa dos cilindros.

Quanto ao video que originou o tópico, a falha dos bicos comumente tem correlação com gasolina adulterada. Residuos acabam travando o bico aberto. Infelizmente, aqui no Brasil, é dificil poder confiar na qualidade da gasolina adquirida. O etanol é tido como vilão por alguns que se esquecem que mundo afora tem sido cada vez mais usado junto a gasolina em substituição aos outros antidetonantes como o MTBE que é cancerigeno. Nos EUA, a gasolina tem entre 10-15% de etanol (E10-15). Na Europa, muitos países vendem gasolina com 10% de etanol (E10).

A Vw/Audi até mesmo está por lançar uma versão do 2.0 TSI apta a utilizar E85. Os motores de injeçào direta foram desenvolvidos para usarem gasolina com menos de 50 ppm de enxofre. No Brasil, infelizmente temos apenas a Pódium (30 ppm) preenchendo esse pré-requisito. Custa caro (3,789-3,999/litro aqui em Curitiba), é vendida com adulteração por alguns postos e não está disponível no interior da maior parte do país. Realmente é dificil encontrar alguém que faça uso constante como eu costumo fazer. Acredito uma parte não use porque não sabe dos seus benefícios e outra (principal) devido ao seu maior custo. Ao meu ver não tem muito cabimento investir num carro bom e usar gasolina ruim. A maior parte dos motores turbo de injeção direta foram desenvolvidos para rodarem idealmente com gasolina de 91 octanas. Nào custa lembrar que a gasolina comum/aditivada tem apenas 87 octanas, que costuma ser o minimo que esses motores costumam tolerar. O fazem atrasando ponto e diminuindo a pressão do turbo. Ou seja, o dono não estará utilizando o pleno potencial do que tem em mãos. Já vi muita gente parando carro bom em posto de bandeira branca para por gasolina comum em promoção.

O último exemplo foi de um amigo que comprou um BMW X6 50i e que sempre usou gasolina comum. Reprogramou e continuou usando gasolina comum baratinha. O barato acabou saindo caro, porque o carro fora da garantia acabou tendo problema em 4 bicos injetores. Parace que agora se convenceu que vale a pena usar Pódium. Para aqueles que moram em locais onde nào existe Pódium, resta aguardar para que o governo ponha em prática a norma 38 da ANP em janeiro do ano que vem, obrigando que toda gasolina seja aditivada e que tenha menos de 50 ppm de enxofre, tal como ocorreu com o diesel. Acho dificil que isso aconteça, visto a atual situação da Petrobras. Mas não custa acreditar que pode acontecer.

Aos que mesmo assim duvidam disso, sugiro a leitura desses links:

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