O Classe A (W168) ,foi um carro injustiçado??

O que os mecânicos reclamam muito (pelo menos para mim) é da dificuldade para chegar nos itens pelo espaço apertado. Aí dizem que é complicado, que demora, não tem peça e etc...

Certo dia cheguei em um eletricista para dar manutenção na minha bomba elatro-hidráulica... fui de moto na frente e minha sogra chegou atrás um tempo depois. Tempo esse suficiente para ouvir o pai do mecânico ver o carro chegando e dizer: "-Lá vem uma carniça!". Como eu não deixo barato, perguntei na hora: "-O senhor já andou nesse carro?" e ele respondeu, meio sem jeito e gaguejando: "-Não... to falando do alternador... que pra sair tem que desmanchar todo... é Mercedes né?". Aqui na cidade ele é visto dessa forma pelos que se dizem "entendidos".

LNW,

Tem um Ford também e nunca tive problemas de manutenção, até porque o carro não quebra, é só óleo, filtro e velas.

Quem reclama é porque não tem conhecimento e ferramental para o carro.

Todo carro um dia quebra.

O problema é que a produção total do Classe A em 7 anos é inferior à produção de dois anos de qualquer carro de marcas mais presentes no mercado. Sendo assim, é muito mais fácil encontrar um mecânico que tenha aprendido a trabalhar nesses carros Fiat, GM, Ford, VW, Honda, Toyota, PSA e Renault, do que em um Classe A. 

O problema não é o cara não saber. O problema é o cara achar que sabe. Aí ferrou. Foi nessa que o papudo arrebentou o tubo do atuador da embreagem.

O destino do W168 é sombrio. Quem conservar um deste em plenas condições terá uma futura raridade. Quando os W245 e W176 começarem a baixar de preço o W168 vai ser esquecido impiedosamente. Só quem for muito apaixonado — ou tiver condições financeiras para ter outros carros — vai manter um W168 na garagem por mais dez anos.

No Brasil o Classe A tem vários problemas.

Proprietários de Mercedes-Benz importadas que não o consideram merecedores de terem sido produzida pela mesma marca que faz os seus carros. De fato, por aqui, somente os primeiros exemplares seguiam o padrão da marca.

Aprender no método de tentativa e erro como fazem com muitos nacionais? Não com os meus carros. São poucos os mecânicos que aprendem pelo material técnico, independente da marca.

Eu já mantenho o meu há 11 anos e provavelmente continuarei por mais 11, não vai ser por R$15.000 que vou vender meu carro.

Não entendi.. quer dizer que  os modelos 2005 são de qualidade inferior aos de 1999?

Eu acho que sim. Já dirigi praticamente todas as versões e modelos e notei que os anteriores a 2004 têm melhor isolamento acústico. Só que nem esses seguem o padrão da Mercedes. Os materiais do acabamento interno foram severamente criticados na Europa, e isso motivou a mudança do interior no facelift de 2002 (que só chegou aqui em 2004, apenas externamente). O painel pós-facelift na Europa usa material emborrachado e a ergonomia foi corrigida. Parece outro carro, por dentro. 

A bronca de alguns proprietários de Mercedes importadas é que os Classe A são possuídos por muita gente que jamais poderá ter uma Merc importada. Divisão de classes, embora alguns neguem com veemencia. A própria Mercedes parece ter percebido isso e sempre segregou de alguma forma o W168 no Brasil. 

As características "Mercedes-Benz" inegáveis do W168 são a qualidade mecânica e de acerto do carro, como a relação e comunicatividade da direção, escalonamento de marchas, programação do acelerador eletrônico, geometria original da suspensão e a eficiência do cabeçote do motor. De resto ele tem muitos pecados, mas daí pra dizer que não é um legítimo Mercedes é besteira.

Os W168 Elegance dos anos 1999 e 2000 são bem superiores. Quando equipados com o opcional de bancos, laterais e, painéis em couro, não deixam nada a desejar para a Classe C.  

Muitos pecados?

Sim. Eles têm o problemático AKS, o problemático MAF, e os barulhentos bancos modulares com gavetas.

Não sou rico nem venho de familia rica, tampouco conheço outro proprietario de mercedes ou andei em outro modelo mas comparando o material da minha Elegance 99 põe qualquer similar da época e muitos 0km 100% nacionais no bolso. Não quero dizer que apenas ricos possuem mercedes, é apenas a força de expressão.

Erocha,

Estou contigo, não tem como comparar a qualidade da  Classe A, com outros veículos nacionais, hoje com muita luta tenho dois modelos da marca, são usados, afinal um é 2002 e outro 1998, mas não os troco.

Custo de manutenção pode até ser elevado, mas não quebra, é só manter.

Abraços

Não tem a menor comparação, pega qualquer carro "concorrente" de época e veja, eram uns lixos.

Abs

E eram mesmo, agora pega um vectra, um golf, um marea, e vejam o custo de manutenção destes carros, é muito mais caro do que uma Classe A.
E sem a mesma qualidade.

Complementando o que o Cássio disse, tive um Marea 2.4 antes do Baby e realmente era alto o custo com manutenção, mas também nada tão absurdo, tudo depende mesmo de como se pega o carro, o cuidado que o dono anterior teve...

Eu acho que foi injustiçado pela própria Mercedes.
Falha no teste alce, preconceito pelos vendedores das CSS na época, rótulo de "mercedes de pobre".
Foi um desastre de marketing. Ainda que o produto tenha qualidades reais.

Pessoal

Desculpem, mas essa história de segregação de classes sociais beira o ridículo. Quando o Classe A foi lançado no Brasil era muito caro em relação ao tamanho do carro, não era um carro popular, era um carro pequeno com preço de carro médio grande. Na verdade muito superior a toda a industria nacional. O que matou o Classe A para a Mercedes Benz foi a desvalorização cambial de 1999. Fizeram um planilha de custos, onde varias peças eram importadas. O dolar explodiu e a MB foi obrigada a procurar fornecedores no Brasil para substituir itens importados. Ai a coisa pegou de verdade, porque a lucratividade da fabrica ficou comprometida e acabou o interesse do fabricante no carro. Quem matou o Classe A foi o famoso custo Brasil. Inclusive as peças não tem preço de peça de Gol ou de Palio, porque o Classe A nunca competiu com Gol ou com Palio.
Em um evento do clube da MB, um engenheiro da fabrica mostrou bem essa situação, inclusive com exemplos de peças. O pessoal fala que as ultimas são as melhores, pelo menos mais faceis de manter, agora com certeza as primeiras tinham mais peças importadas. O trauma para a MB foi tão grande que deram outro destino para a fabrica de juiz de fora, que custou uma nota para ser feita.
202, 210, 201, 163, são todas carrocerias que hoje valem alguma coisa entre 15 a 30.000,00 e isso não é carro de rico de jeito nenhum. A MB simplesmente tomou um baita prejuizo por causa da nossa variação cambial e resolveu colocar as barbas de molho.

João, belas e inteligentes palavras.

Ok, mas a própria Mercedes tinha uma publicidade que era algo do tipo "A Mercedes que você pode ter".
Qual o corolário disso? As outras você não pode ter...  

Acho que o carro não merecia esse estereótipo.

João, é bem por aí.

E acrescento que nem era um carro tão mais caro assim, lembro que em 2004 - 2005 um A160 classic, com todos os itens de série que conhecemos, era vendido entre 34 e 36 mil reais. Um Palio (não me lembro se era 1.5 ou 1.6) com DH e ar apenas era algo em torno de 28 mil. Aí o povo brasileiro super acostumado com coisa boa, preferia o fiat pra meter rodão e sonzão. Pra que ASR??? Pra que BAS/ESP???

Abs

Era o carro de entrada da marca, era óbvio que focavam num público que não encararia uma C, mas até aí dizerem que é segregação é demais, hein?!!

Teve o slogan " Um MB ao seu alcance", mas lembro de ter visto propaganda com " O melhor carro nacional" tbm.

Abs

A minha em 2004 saiu por 41 mil pelo antigo dono. A160 Classic com rodas.

Luiz

Em 2004 já era fim de carreira, a MB já sabia que o carro ia sair de linha e a novidade já não existia mais, já era micado no mercado. Provavelmente já tinham uma politica de preço de fim de linha.

John Galt,

Em 1999 do lancamento do Classe A, meus pais deram ao meu irmao, que nao curte carro, um Classe A. Pois bem, junto com o kit do Classe A que veio, vinha uma fita de videoK7 com a apresentacao do carro, uns panos e tinha um adesivo que era para ser colocado atras citando que o outro carro era um mercedes ou algo do genero que me esqueci.

O marketing foi distinto e foi sim segregado e tido com carro a parte da linha TANTO QUE:

1- Foram criadas revendas que SOMENTE VENDIAM CLASSE A.

2- Ate hoje a rede autorizada possui duas maos de obra: Mao de obra Classe A R$...por hora, Mao de obra Importados Mercedes R$... hora (mais caro que o Classe A).

3-Os PSA, por exemplo, nao atendiam Classe A. Isto eh, eles nao podiam fazer revisao em Classe A pois nao podiam carimbar o manual.

4-Criou-se uma rede a parte somente para lidar com Classe A.

Era e é outro publico.

O classe A nao era um carro, ao menos lançado no Brasil para ser o segundo carro de quem ja tinha o MB e sim para colocar na cabeça do sujeito (acho eu erroneamente) que o proximo carro dele seria um C e que ele queria ter um Mercedes de verdade quando pudesse.

O classe A, pelo menos em 99 custava exatamente o mesmo preco do Vectra GLS, pelo menos o do meu irmao deu 500 reais de diferença na epoca.

Fatidicamente o mercado nao absorveu bem o modelo que apresentava um alto custo operacional devido a suas peças relativamente caras e fazendo com que muitos ficassem meio que refens da rede autorizada.

Era um carro de nicho e que de fato teve muito mais sucesso do que o Smart no pais, este sim um mico.

Existe um lado no consumidor brasileiro que as vezes é mais importante do que qualquer outra coisa: o famoso custo operacional, que engloba se quebra muito, se as peças sao baratas e se o carro bebe muito.

Bom, na verdade o slogan era: "Você de Mercedes"

Pois é, eu que sou colecionador de relógios imagino a Rolex lançando um modelo segregado e com a publicidade "você de Rolex". 

Por isso que reitero minha opinião que foi um carro muito injustiçado pela própria Mercedes-Benz.

Duvido muito que a marca repetiria suas atitudes se pudesse "voltar no tempo".